HISTÓRIA:

Mal havia chegado o verão, já estávamos sentindo um calor enorme, que parecia nos assar lentamente, como um braseiro de carvão, do BBQ mais próximos de nós. O suor brotava de nossas têmporas, escorrendo incansavelmente, como um chuveiro aberto. E por falar em chuveiro, era o único elemento que queríamos ver, bom, pelo menos eu, que me remexia toda na minha bancada de estudos.

Alguém, não sei qual professor, espero eu não ter sido Iruka Sensei, deu para nós, uma prova, ou pior, um caderno de avaliação para fazermos. Mas visando bem como foi elaborado, parecia ser coisa do Ibiki, de tantas perguntas confusas e muitas sem nexo, não tendo nenhuma relação com o mundo ninja, como a questão 138… Quantas vezes uma andorinha africana bate a asa em uma distância de 1km, levando um coco consigo. Primeiro… O que seria africana? Por que uma Andorinha? Tem haver com a técnica de Asuma Sensei? E…. Como ela levaria um coco?

Havia dado mais de 3h de avaliação, ninguém saía do lugar, apesar de que, teve aquele integrante do time 20 que saiu desmaiado, de tanto calor. O ventilador girava tão lentamente, que era mais fácil e benéfico eu movimentar meu leque para ventar… Cheguei a fazer um pequeno sopro na mão para se refrescar, mas nos disseram que não poderíamos usar técnica alguma!

Mas em outra parte daquela Vila, uma mulher de aparência um tanto similar, parecia estar num telefone, segurando um papel nas mãos, ela parecia conversar, enquanto tentava se refrescar na frente de um ventilador e sua ajudante a refrescá-la com um leque.

- Senhorita Tsunade, o dia está quente!

- Eu sei Shizune! Preciso ir à Academia Ninja! Não dá para suportar esse dia abafado de hoje!

Aquela mulher de icônicos traços seguiu para tal local mencionado, mas ao saber o que estava acontecendo, apenas ouvia-se sons de objetos pesados sendo derrubados e algumas gritarias, aquilo deixava os alunos sem nada entender.

Não sabia o que estava ocorrendo, eu e mais alguns acreditamos que fosse uma invasão, porém, da porta da sala, abria Ebisu Sensei todo mal vestido, como tivesse acabado de ser atropelado, arfava e dizia: “A Hokage deseja falar com todos, a prova foi suspensa!”, no fundo, eu comemorava, mas ao mesmo tempo queria saber o porquê da Senhorita Tsunade estar na Academia…

- Como sabem, hoje é o último dia de aula, antes das férias de Verão, para comemorar o início desta data, eu, Tsunade Senju, estou convidando a todos para ir neste Resort! Quem quiser, é só se inscrever!

Aquela mulher importante deu as costas e seguiu fora daquela sala, mas depois voltou, apenas mostrando o rosto.

- E larguem essa porcaria, é as viagens do Ibiki. Levem para casa e tragam na volta!

E finalmente ela se foi, deixando todos confusos e ao mesmo tempo felizes, acabou aquela tortura, fazendo que o professor que estava a cuidar daquele instante liberasse a todos. E assim, como verdadeiros alunos, derrubando tudo pela frente, saíram daquela sala, espalhando-se por toda a academia. A loira caminhava pelo corredor, até que avistou um encarte, era uma propaganda do Resort, informando o dia da tal ida para o local. Era no Sábado, dia seguinte, às 8h da manhã!

Sábado? Quer dizer… AMANHÃ? Como assim a senhorita Tsunade resolve colocar essa loucura em menos de 24h? 8h da manhã? Assim?... Eu juro que fiquei sem entender como ela fez tudo tão rápido! Eu procurei o lugar para me inscrever, já que tudo estava pago, aparentemente, e não havia nada de mal em aceitar, obviamente não iria perder um momento de lazer me refrescando.

Estava aprontando as coisas para já levantar e só passar a mão para ir. Mas eu precisava ver almoço, lanches, entre outros, pois teria que economizar o máximo, óbvio! O salário que eles pagam é de fome e mal dá para pagar as contas do mês! Eu estava completamente distraída, quando ouvi um som, era conhecido para mim! Era uma mensagem de texto.

O som veio do meu celular, que eu o havia deixado em cima de minha penteadeira, e fui até ele para olhá-lo, realmente, era algumas mensagens e nela havia mensagem da minha paixonite… O ninja explosivo, Deidara, é, o mesmo da Akatuki!

Ele enviou algo me perguntando se estava tudo preparado para amanhã, eu fiquei sem entender, como assim amanhã? Marcamos algo? Questão de segundos ele estava me retornando em chamada de áudio, atendi, pois já estava acostumada.

Ele estava nervoso, como sempre, ao fundo dava para ouvir “senpai-senpai-senpai” de Tobi, que até a mim irritava! Após berrar com o Tobi, a bola da vez era comigo, quando eu disse que iria para um Resort amanhã e que sairia de manhã cedo. Ele me perguntou várias vezes que lugar era esse e só parou quando respondi. Após alguns segundos de silêncio, ele me surpreende dizendo “tá bom, vou para lá”, eu tentava entender, mas ele não apenas encerrou a ligação, como desligou o aparelho, para eu não retornar. Que teimoso!

O tal dia havia chegado! Após acordar bem cedo, fiquei fazendo algo para comer, já que iríamos voltar próximos do fim da tarde. Preparei um almoço para dois, mesmo se ele não viesse, eu não queria ter de almoçar sozinha naquele lugar! Depois de preparar tudo, peguei minhas coisas, tranquei a casa e segui para a academia ninja.

Ao seguir para aquele local de estudos e encontros, verifiquei que havia uma quantidade grande de alunos, que conversavam e descontraíam. Aquilo parecia ser a melhor coisa. Então a senhorita Tsunade chegou no meio daquele povão, dizendo que éramos para embarcamos nos ônibus, pois já estava dando nosso tempo e não poderíamos atrasar.

Ao estar dentro daquele veículo, eu me sentia naqueles filmes estrangeiros, de adolescentes agitados, indo para um passeio, ora gritando, ora catando musiquinhas sem nexo. Gritar, ninguém pareceu gritar, mas eu estava num ônibus que tinha o Capitão Yamato como supervisor, que resolveu começar a cantar e diversas vezes aparecia do meu lado, pedindo para dizer o refrão mais simples da música. Eu queria apenas me enfiar em meu chapéu e ali permanecer pelo resto da viagem, pois todos já olhavam para mim!

Finalmente o ônibus parou! Estávamos no tal Resort! Não demorou muito para chegarmos, apenas seguimos para alguns vestuários, onde guardamos as nossas coisas e ajeitava tudo para curtir aquele local. Após brigar com a porta do armário que eu escolhi, por que não queria fechar, peguei a bolsa que estava uma toalha e meu protetor, amarrei a canga na cintura e segui linda e plena para o parque aquático, que falavam ser de águas termais!

Ao estar naquele tão citado local, acomodei-me em uma das espreguiçadeiras, ajeitei a bolsa ao meu lado e me sentei. Ao olhar para as piscinas, vi que caminhava os garotos de alguns times, dos professores mais importantes, foi quando eu vi aquele rapaz, de feições robustas, que o calção ficava tão belo, além dos cabelos à mostra. Estava tão ligada àquilo, que suspirava!

Meus pensamentos foram quebrados, no exato momento que ouvi não apenas a frase “eu sei muito bem pra quem está olhando”, como também o timbre de voz que eu havia reconhecido, olhei para o meu lado e vi cabelo tão loiros quanto os meus e aquela pele rosada. Engoli a seco, pois seus olhos azuis me encaravam.

- Oi, amor! Pensei que não viria!

- Eu disse que viria, não disse… Un?! Só não gostei de saber que está aqui junto com…

- Er… Faz muito tempo que está aqui?

- Acho que desde cedo!

Sim, era Deidara, ele havia me assustado ao chegar tão sorrateiro, digno de um nukenin de sua classificação! Tentei cortar seu possível momento de ciúme, que poderia acionar mais do que uma guerra desnecessária, mas sim, uma explosão em cadeia nada agradável, que no fim, poderia cair sobre mim. Meu namoro com a bomba ambulante é totalmente oculto, mais que todas as Vilas deste mundo ninja! E não era aquele momento que eu queria que soubessem disso.

Notei que ele estava sem camisa, apenas usando um calção escuro, estava ao meu lado se ajeitando, ainda com a expressão de poucos amigos, já sabia que ele não iria sair do meu lado, pois havia algo mais que aquela sensação de ciúmes, até essa excursão acadêmica terminar. Questionei onde ele estava, para quebrar o gelo, me disse apenas “sauna”, parecia ainda chateado. Porém, ao vestir uma camisa, notei algo peculiar! Exclamei que era a camisa que havia lhe dado de presente, ele apenas sorriu.

(CONTINUA ABAIXO)

(CONTINUANDO)

Passei aquele fim de manhã ao seu lado, eu ficava com medo de notarem que estava ao lado de alguém taxado e timbrado nos cartazes de procurados do que um desconhecido qualquer, já que pessoas como Kakashi Sensei conhecia o Deidara, não tão a fundo quanto eu e torcia para que todos tivessem a mesma memória de Guy Sensei, praticamente nenhuma.

Para piorar, aquele loiro nukenin era abusado, levantava, ia à piscina, dava uns perdidos… Mas quando neste instante que ele sumia, desgrudando de mim, eu aproveitava para dar um mergulho, mas ao retornar, ele estava na minha frente, como uma assombração! Eu já queria partir para um bate boca, quando soltou o motivo de estar igual a um chiclete agarrado… Ele estava chateado comigo, que havia prometido que este sábado, iríamos ficar a sós, já que ele estava de saco cheio do Tobi.

Ficamos iguais duas crianças emburradas, quando ouvi tanto o meu estômago quanto o dele roncarem. Tivemos que rir, fazendo o emburrar sumir em segundos. Peguei minhas coisas e seguimos para lados diferentes, porém combinamos em ir para a praça de alimentação, onde ficava alguns restaurantes. Após ir até o vestuário e pegar o resto de minhas coisas, fui até o local marcado, indo para a mesa que tinha mais sombra, coloquei minhas coisas por ali e arrumando meus “obentos”, em cima daquela mesa, quando só senti algo do meu lado, era aquele loiro, com uma bandeja de um sanduíche de Fast Food e colocava no meio das minhas coisas, um copo, era da minha bebida favorita!

Ao estarmos lado a lado, ele me encarava com aquele olho, que parecia me escanear, querendo saber o motivo de tanta comida, eu disse que não sabia se ele realmente iria vir, mas que, de tudo, não iria comer só. Ele voltou para seu sanduíche e, tomando um pouco de sua bebida, disse-me que iria comer as sobras do que eu trouxe, já que estava com fome, que desde o dia anterior, mal fez um lanche. Quando eu terminei, eu empurrei as caixinhas para aquele nukenin, que pegava sem hesitar e comia.

Ao terminarmos de comer, coloquei as caixinhas vazias na bolsa e nós dois caminhamos por aquele local, Deidara fez algo que eu não havia pensado antes, pegar um encarte do Resort, explicando cada coisa existente. Ele dizia de ala de recreação, academias com equipamentos modernos, termais e ainda havia um hotel de suítes com banheira. Notei que ele me jogou um olhar ao dizer aquilo, suspirei um pouco, mas depois percebi que ele ria. Dei pequenos soquinhos nele, pois ele estava tirando uma comigo!

Quando notamos, alguns casais começaram a passar por nós e percebi aquele loiro, mais baixo do que eu, abaixar um pouco a cabeça e senti minha mão sendo tateada pelo mindinho de sua mão! Ele estava completamente vermelho, murmurava algumas coisa que eu não entendia, pedia para ele repetir, até que no meio de seu estresse, disse que queria estar como eles.

Dei-lhe a mão, segurei de uma maneira que lhe desse segurança, enquanto caminhávamos para uma das áreas de lazer que nós dois queríamos estar, senti que sua mão estava mais úmida do que de costume e não era pela boca que ali continha. Ao vê-lo, notei que ele estava suando frio e que ele mesmo não se aguentava. Observei que ele largou minha mão e o vi correndo para a direção de um latão de lixo. Ele só faltou por a alma para fora. Não quis dizer nada, apenas demorou muito para dar reação. O passeio havia morrido ali e eu estava com um integrante da maior organização de nukenins ao meu lado, nada bem, no meio da minha “excursão escolar”.

Não podia deixá-lo daquele jeito, pálido, arfante e ainda suando frio. Pelo encarte, estávamos perto da praia, onde haviam espreguiçadeiras especiais e acolchoadas. Acabei indo com ele para lá. Sentamos na mais próxima de ventiladores e pedi uma água tônica, Deidara ainda levava a mão sobre a boca, mas depois que bebeu o líquido que pedi, parecia bem melhor. Ele me pedia desculpas, não queria que o dia terminasse daquele jeito, eu o abraçava e dizia para ir para minha casa, quando a excursão voltasse à Konoha, depois conversaríamos com Pain. Após sorrir, aquele loiro se deitou no acolchoado e nem demorou muito, adormeceu. Eu fiquei aflita, não sabia o que fazer, apenas ajeitei o guarda-sol e coloquei minha canga sobre as pernas dele. Há um bom tempo, eu tinha a estranha sensação de que estava sendo vigiada!

O tempo foi passando e nada daquele loiro acordar ou se mexer para levantar. O dia ficava abafado e eu queria me refrescar. Disseram que como é uma área particular, não haveria problemas e que se meu acompanhante acordasse, eles informariam que havia ido ao mar. Tranquila, dei alguns mergulhos, mas voltava, a única coisa que aquele nukenin fazia, era babar por todas as bocas disponíveis. Eu suspirei! Estava sentindo uma compaixão muito grande! A missão que teve até ontem, deve ter desgastado ele e agora, por exaustão nocauteou!

Meu sábado refrescante e de alegrias, que eu achei que iria ter, acabou sendo trocado para dar uma de babá a um marmanjo de alta periculosidade que babava por 3 bocas. Acho que estava tendo naquele momento uma amostra grátis do que era se casar! E o tempo foi passando, havia lido todo o encarte de como era o resort, porém um tédio me foi consumindo, até que acabei adormecendo, sem saber o que passaria por nós dois. Então, quando comecei a sentir algo me cutucando e chamando por mim, ao notar que não era um sonho, abri os olhos e encontrei aqueles senseis me olhando, a primeira coisa que eu fiz foi olhar para o meu lado, porém não havia nada e nem resquício!

Eles me olhavam sem entender meu assustar, apenas me diziam que estava na hora de voltar e que eu tinha 20min para preparar tudo e estar nos ônibus. Eles se foram, enquanto me arrumava e pegava as minhas coisas, um garçom se aproximava de mim, entregando-me um bilhete e dizendo que estava tudo ok. Não entendi a segunda parte, mas ao abrir o bilhete, era de minha paixonite, agradecendo pelo o dia que tivemos e que estará me esperando. Cheguei toda boba nos vestuários, que algumas meninas me perguntavam o que havia rolado, que eu tinha sumido e eu apenas disfarçava tudo.

Ao terminar, peguei minhas coisas e segui para a entrada do Resort, pois a senhorita Tsunade havia descoberto um sistema acústico do Resort e anunciava, quase berrando, para os alunos voltarem, ameaçando-os de abandono e auto sustento, pois a diária havia acabado. Quando estavam todos na porta, devidamente contados, alguém gritava que teríamos que tirar uma foto de todos e que as pessoas, além de se amontoarem, tentavam caber na foto, mesmo a pessoa que estava disposta a batê-la, estava há quase quilômetros de distância, para enquadrar a todos!

Uma coisa eu sei nesta louca excursão deste sábado abafado! Que pelo menos uma pessoa daquele grupo estava aqui, tenho quase certeza que outros também estavam!

Assim a aventura se encerrava, com todos voltando para suas casas, alguns contando como foi o lugar, o quanto se divertiram, de coisas que presenciaram… E por fim, curtindo a noite.

FIM